quinta-feira, 28 de maio de 2015

Os jogadores passam, mas os clubes continuam.


Nunca uma frase tão dita no meio futebolístico foi tão colocada à prova como nessa semana.
Steven George Gerrard fez seu último jogo em Anfield, estádio que foi sua casa pelos últimos 27 anos, nascido e criado na cidade de Liverpool ‘’Steve G’’ é uma lenda dentro e fora dos gramados, é jogador e torcedor que sempre vestiu apenas a camisa dos reds. No entanto com o diálogo complicado para renovação com a diretoria o capitão vai jogar na MLS comandando o Los Angeles Galaxy.


Outro que vem se despedindo é Rogério Ceni, um dos maiores jogadores do São Paulo Futebol Clube visivelmente emocionado se despediu da Libertadores na disputa de pênaltis contra o Cruzeiro na última quarta feira, Rogério se aposenta do futebol em agosto.


Por ironia do destino os dois se encontraram no mundial de 2005 justamente após terem vencido os títulos mais importantes de suas carreiras por seus clubes. Gerrard venceu a Champions League enquanto Rogério a tão cobiçada Libertadores da América, melhor para o goleiro brasileiro que com grande atuação ajudou o time paulista a se sagrar campeão mundial naquele ano.
As histórias de Gerrard e Ceni se confundem com a história de seus próprios clubes, jogadores de lealdade e dedicação cada dia mais rara aos seus clubes, Liverpool e São Paulo vão continuar sendo grandes potências, mas com certeza perderam valores imensuráveis dentro e fora de campo.
Obrigado Steven e Rogério.
Alguns dados dos craques
Steven Gerrard (34 anos)
695 jogos pelo Liverpool
180 gols
Rogério Ceni (42 anos)
1211 jogos
127 gols

Je suis PSG! fora futebol burocrático!



Jogos de futebol acontecem todos os dias, no entanto, alguns entram para a história. Foi o caso de Chelsea e PSG nesta quarta feira pelas oitavas de final da Uefa Champions League, no clássico do dinheiro russo contra o dinheiro árabe, melhor para Nasser Al-Khelaifi.
O empate de 1×1 no jogo de ida dava a vantagem de um empate sem gols aos ingleses, e parece que isso foi o que o Chelsea foi buscar, um time com jogadores como Hazard, Diego Costa, Fábregas, Oscar jogando em casa na estratégia ‘’Parking the bus’’ como é conhecida a retranca na Inglaterra,não é bonito de ver, parecia mais uma daquelas tardes em que Mourinho um dos treinadores que mais sabem jogar com resultado embaixo do braço sairia novamente vitorioso.
A situação já complicada do PSG piorou quando aos 30 minutos da primeira etapa o time francês teve Ibrahimovicexpulso de campo em um lance no mínimo polêmico, com um jogador a menos os parisienses foram à luta, aos 14 do segundo tempo após grande lance de Marco Verratti, Pastore serviu Cavani, o uruguaio driblou Courtois e mandou a bola na trave na melhor chance do jogo, com inteligência e dedicação o Paris era até melhor no jogo, um Chelsea apático que não criava e nem levava perigo ao gol de Sirigu parecia cada vez mais satisfeito com o resultado e aos 35 da segunda etapa em cobrança de escanteio abriu o placar, em bate-rebate na área francesa Cahill bateu forte para abrir o placar e dar um banho de água fria nos parisienses, parecia que os blues tinham colocado as duas mãos na vaga.
Foi então que aos 40 do segundo tempo, David Luiz, ele que jogou por tanto tempo pelo time londrino subiu mais que todo mundo e mandou uma pancada de cabeça, sem chances para o goleiro Belga do Chelsea, David que disse que não comemoraria se marcasse não se conteve, foi comemorar junto com a torcida francesa.
Com o 1×1, mesmo resultado do jogo de ida na França a partida foi para prorrogação, o favoritismo ainda era do Chelsea que teria mais 30 minutos com um jogador a mais contra um cansado PSG. A bola rola e logo aos 6 minutos Thiago Silva de maneira infantil coloca a mão na bola dentro da área parisiense, pênalti para o Chelsea, EdenHazard bate e converte, 2×1 para os donos da casa, agora vai, agora o PSG já era…
Grande engano, o time até sentiu um pouco o gol, mas logo assimilou que a situação ainda era a mesma, precisava de um gol para se classificar, e foi ai que o vilão virou herói. Parece que os azuis de paris ouviram a A Marselhesa no intervalo da prorrogação e voltaram com mais vontade ainda, David Luiz bateu falta perigosa dando o cartão de visitas, aos 7 minutos em cobrança de escanteio Thiago Silva subiu, testou forte no chão e Courtois fez milagre, mas no escanteio seguinte não deu pro goleirão, o zagueiro brasileiro subiu novamente e testou por cima, colocando no ângulo, sem chances, era a redenção 2×2 resultado que dava a sonhada classificação aos franceses que se seguraram bem até o final e fizeram história em um dia em que a bravura e a raça venceram um futebol fraco e burocrático.

A crise dos meias no futebol brasileiro




O Brasil sempre foi conhecido por ter um futebol vistoso, exuberante e técnico. No entanto, na última década ficamos carentes de uma das posições mais importantes de uma equipe, uma posição que sempre produzimos craques aos montes, a de meia armador, o lendário camisa 10, aquele que constrói as jogadas, que abre espaços para os atacantes, que dá cadência e ritmo ao time, aquele homem da bola parada.
Até 2007 estávamos bem servidos nessa função, dois meias brasileiros com bola de ouro e campeonato mundial no currículo – Ronaldinho e Kaká – e não vislumbrávamos talentos que pudessem chegar a tal nível, mas apenas aproveitamos o momento esperando que novos craques aparecessem. E eles não apareceram. Com uma política de categoria de base voltada a jogadores de bom porte físico para serem vendidos ao exterior cedo e aguentarem o tranco dos campeonatos europeus, investimos pouco nos que têm técnica e ficamos com os brucutus.
Jogadores sem espaço há tempos atrás, aqueles que ficavam como 22º jogador em convocações de seleção hoje estariam figurando como craques na seleção e brigando por titularidade com a camisa canarinho: Ricardinho, Marcelinho Carioca, Roger Flores, Alex, entre outros.
Mas talvez nem tudo esteja tão perdido. Nessa geração de volantes onde vemos nossos meias com potencial, mas com certa timidez e apatia como Oscar e Paulo Henrique Ganso, eis que na terra dos Beatles uma cria do Vasco da Gama começa a aparecer. Philippe Coutinho, camisa 10 do Liverpool parece brilhar cada dia mais com a camisa dos Reds. Com belos passes, dribles desconcertantes e pontaria calibrada, o brasileiro vem decidindo jogos importantes demonstrando que pode ser o meia que tanto queremos. ’’O Mágico’’, como é chamado pelos companheiros de clube, quase não vingou. Foi para a Inter de Milão, onde não teve espaço. Depois foi para o Espanyol, onde chamou a atenção do gigante inglês que hoje colhe os frutos dessa boa aposta.
Que ele continue crescendo e consiga ajudar Neymar a levar a maior seleção do mundo a dias melhores.