O
7x1 ainda dói, o trauma é recente e a cada derrota ou má atuação a ferida é
aberta. Imprensa, torcida, críticos voltam a falar e rodar imagens daquele
fatídico dia em que a seleção sofreu sua pior derrota na história.
No
entanto, em nenhum esporte faria mais sentido o ditado ‘’Bola pra frente’’. O
Brasil é o maior vencedor da história das copas, é também o atual 5º colocado
no ranking de seleções. Não estou tampando o sol com a peneira e nem acho que o
futebol nacional e sua seleção estão no caminho certo, porém se não soubermos
quem somos não saberemos onde queremos chegar.
O
Brasil vive uma crise de identidade, não sabemos se somos uma grande seleção do
futebol mundial ou se somos apenas um time pequeno que tomou de 7 em casa e
depende dos lampejos de um único jogador. Será que estamos caminhando para o
mesmo lugar dos nossos irmãos Lusos?
Acho
que não, vamos à escalação?
Jefferson (Goleiro
de um dos times mais tradicionais do Brasil e depois de Claudio Bravo
provavelmente o melhor goleiro da competição)
Daniel
Alves
(Lateral direito do Barcelona, ganhou todos os títulos que disputou na
temporada e foi eleito melhor lateral direito do campeonato espanhol).
Miranda
(Zagueiro tricampeão brasileiro por um dos maiores times da América do Sul,
zagueiro de uma das melhores defesas do mundo no atlético de Madrid).
Thiago
Silva
(Unanimidade quando se trata de qualidade técnica, tido por muitos como melhor
zagueiro do mundo nos últimos anos).
Felipe Luis(Lateral Razoável de boa marcação, campeão espanhol ano passado com o
Atlético de Madrid e provável top 10 na sua posição).
Fernandinho
(Jogador que já foi Campeão inglês com o Manchester City, razoável na marcação,
de passes seguros e bons chutes de média distância).
Elias (Ídolo
de um dos maiores clubes do Brasil, hoje um dos destaques do campeonato
brasileiro).
Philippe
Coutinho
(Eleito o melhor jogador do Liverpool na temporada, disputou com Hazard o
prêmio de melhor jogador da Premier League esse ano).
Willian
(Fundamental no esquema de Mourinho com dribles, velocidade no contra ataque e
boa recomposição, um dos melhores meias da liga inglesa).
Neymar
(esse dispensa comentários e elogios)
Roberto
Firmino
(Vem de grande temporada na Alemanha, ainda precisa mostrar mais, porém dá
sinais de ser uma bela aposta).
Claro,
todos esses elogios foram feitos de acordo com o que costumam apresentar em
seus clubes, o que acontece na seleção? Onde estão os dribles mágicos e os
chutes decisivos que fizeram Coutinho ser chamado de ‘’The Magician (O mágico)’’
na terra da rainha? Onde estão as aparições surpresa na área adversária que
consagraram Elias? Onde estão os dribles rápidos e bem sucedidos no um contra
um de Willian pelo lado do campo? Por que todos tocam de a bola de lado com
medo de acelerar o jogo e errar até achar Neymar?
Na
Argentina joga o melhor jogador do mundo, no entanto seus companheiros sabem
quem são, Aguero, Di Maria, e até o menos badalado Pastore sabem que vestem uma
das maiores camisas do futebol, tem personalidade e fazem Messi ser mais um
craque ajudando o time. Não temos uma equipe estrelada como a Argentina, mas temos
uma camisa e um time que podem sim lembrar-se do dever de ser protagonista onde
e contra quem for.
Neymar
parece o único confiante o bastante para jogar, confiante até demais. Prendendo
a bola demasiadamente, forçando jogadas de efeito e reclamando demais, o camisa
10 está do outro lado da coisa. O Brasil não precisa desse extremo, se Neymar
ceder apenas alguns centímetros do seu salto e da sua confiança para seus
companheiros, aí sim farão justiça em ter seus nomes escritos acima do número na
camisa canarinho.